O ano de 2023 foi o mais quente em um período de 100 mil anos. O relatório do observatório europeu Copernicus, divulgado nesta terça-feira, 9, menciona as temperaturas recordes registradas no ano anterior, quando todos os dias apresentaram um aumento de 1°C em relação ao nível pré-industrial de 1850 a 1900.
Conforme apontado pela pesquisa, em 50% dos dias de 2023, as temperaturas ultrapassaram 1,5°C acima do nível pré-industrial, chegando a atingir 2°C mais quentes em dois dias de novembro. Esses níveis, segundo o observatório, representaram os mais elevados em um intervalo de 100 mil anos.
A média global de temperatura registrada no ano passado foi de 14,98ºC, superando em 0,17ºC o valor mais alto registrado em 2016, considerado o ano mais quente até então. Adicionalmente, o ano de 2023 foi 0,60ºC mais quente que a média no período de 1991-2020 e 1,48ºC acima do nível pré-industrial de 1850 a 1900.
O relatório destaca um aumento acentuado nas temperaturas em escala global, com recordes diários e mensais sendo frequentemente quebrados ao longo do ano passado. A vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, alertou para a gravidade da situação, afirmando que “o ano de 2023 foi excepcional, com recordes climáticos caindo como dominós”.
Além disso, ela ressaltou que não apenas foi o ano mais quente registrado, mas também foi o primeiro a ter dias com temperaturas 1°C mais quentes do que a era pré-industrial. Os cientistas consideram que temperaturas até 1,5°C acima do período pré-industrial são um “limite seguro” para as mudanças climáticas, estipulado como o aumento máximo da taxa média da temperatura global até o final do século.