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Anielle Franco confirma ter sido vítima de assédio do ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida

Durante uma reunião com outros ministros no Planalto nesta sexta-feira (6/9), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou ter sido assediada sexualmente pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O ministro enfrenta acusações de assédio sexual tanto contra Anielle, quanto contra outras mulheres.

Após a repercussão das denúncias, na noite de hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu o ministro, segundo a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

O caso ganhou destaque na quinta-feira (5), quando a ONG de apoio a vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, divulgou as denúncias contra o ministro. Silvio Almeida negou as acusações e afirmou repudiar os relatos, classificando-os como mentirosos. Ele também solicitou uma investigação sobre o caso.

O QUE DIZ O MINISTRO

Em nota divulgada à imprensa na noite de quinta-feira (5), Silvio Almeida diz repudiar “com absoluta veemência” as acusações, às quais ele se referiu como “mentiras” e “ilações absurdas” com o objetivo de prejudicá-lo.

“Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”.

No comunicado, o ministro avaliou que “toda e qualquer denúncia deve ter materialidade” e se declarou triste com toda a situação. “Dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro”.

“Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da lei, mas, para tanto, é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas”.

Na nota, Almeida confirma a informação divulgada pela Secom e diz que encaminhou ofícios à CGU, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à PGR “para que façam uma apuração cuidadosa do caso”. “As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram ‘denunciação caluniosa’”.

“Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias”, disse.

“Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício”, concluiu o ministro.


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