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Aos 82 anos, velejador baiano Aleixo Belov encara novo desafio: uma expedição rumo à Sibéria

Aos 82 anos, enquanto muitos planejam uma vida tranquila em terra firme, o velejador Aleixo Belov prepara-se para sua mais ousada aventura: cruzar a temida “Passagem Nordeste”, rota marítima que liga o Atlântico ao Pacífico através do gelado litoral da Sibéria, no extremo norte da Rússia.

“Esse será o meu maior desafio”, afirmou Belov, ucraniano radicado na Bahia há décadas e dono de uma trajetória repleta de expedições oceânicas. A ideia da viagem surgiu há cinco anos, mas o planejamento intenso durou cerca de 12 meses. A previsão é que a jornada leve um ano, com a chegada a Murmansk, na Rússia, no final de julho, e a travessia crítica pelo Ártico entre agosto e setembro – período em que o gelo recua o suficiente para permitir a navegação.

Marina Silva/CORREIO

“A viagem não será fácil. O clima é severo, os ventos são fortes, e o gelo só abre por algumas semanas. Se você não estiver lá na hora certa, é obrigado a voltar. Se ficar preso, terá que esperar até o próximo verão”, explicou Belov, destacando os riscos da expedição.

A bordo de seu veleiro, que partiu do 2° Distrito Naval da Marinha do Brasil no último sábado (12), Belov conta com uma equipe de 11 tripulantes, incluindo brasileiros e russos – estes últimos essenciais para navegar em águas sob controle militar devido à guerra na Ucrânia.

“Os russos conhecem bem aquela região, mas teremos dificuldades: a burocracia da guerra, o GPS e o Starlink que não funcionam direito, o clima hostil e, claro, os meus 82 anos, com joelhos desgastados”, brincou o navegador. “Mas não encontrei nada melhor para fazer em terra. Então, vou velejar de novo.”

Esta não é a primeira incursão de Belov no Ártico. Em 2022, ele completou a “Passagem Noroeste”, pelo Alasca, Canadá e Groenlândia. Agora, busca conquistar o lado oposto do oceano, tornando-se um dos poucos a realizar ambas as rotas polares.

Tripulação animada e desafios à vista

Entre os companheiros de viagem está o médico Sérgio Colavolpe, que perdeu a chance de acompanhar Belov no Alasca em 2022, mas não quis ficar de fora desta. “É uma oportunidade única com alguém dessa envergadura. Essa experiência muda sua forma de ver o mundo”, disse.

Já a navegadora Joana Pitombo, de apenas 22 anos, encara sua primeira grande expedição. “É algo totalmente novo para mim. Há ansiedade, um pouco de medo, mas as expectativas são as melhores possíveis”, afirmou.

Com determinação e espírito aventureiro, Aleixo Belov prova que a idade não é limite para quem busca desafios. Sua jornada será acompanhada de perto por admiradores e pela comunidade náutica, que torce para que ele retorne com mais uma história extraordinária para contar.

*Com informações do CORREIO 24h

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