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Documentário resgata memórias e a importância do Teatro Dandhara para a Cultura de Simões Filho

Redação REDE IMPRENSA | Marcos Castelli

O teatro, mais do que uma expressão artística, é uma ferramenta de transformação social. Essa é a mensagem central do documentário que resgata a história da Companhia de Teatro Dandhara, um grupo que marcou gerações e se tornou referência na Cultura de Simões Filho. O projeto, contemplado pelo Edital Gileno Ferreira, no âmbito da Lei Paulo Gustavo, financiado pelo Governo Federal, foi executado pela Prefeitura de Simões Filho, através da Secretaria Municipal de Cultura.

O documentário dá voz a figuras icônicas que passaram pelo grupo, relembrando momentos marcantes e refletindo sobre a importância do teatro para a cidade. Entre os depoimentos mais emocionantes está o de José Rodrigues Ferreira, o “Azaza”, fundador e diretor do Teatro Dandhara.

“O teatro sempre me encantou. Desde pequeno, eu escrevia peças. Em 1989, reuni amigos e decidimos criar um grupo de teatro em Simões Filho. O nome surgiu por acaso, quando um livro com o nome “Dandhara” caiu aos nossos pés durante a reunião”, conta Azaza.

Nos anos seguintes, o grupo ensaiou em diversos espaços da cidade, enfrentando desafios e improvisando cenários para manter viva a arte teatral. Em 1993, ocuparam o Pavilhão de Fogo Simbólico, que estava abandonado, e, com o apoio da comunidade, transformaram o local em um verdadeiro palco para suas apresentações.

Muitos talentos passaram pelo Dandhara e tiveram suas vidas impactadas pelo teatro. Meire Araújo, hoje, servidora na Secretaria de Planejamento e Habitação da Prefeitura de Simões Filho, foi uma das atrizes mais aclamadas do grupo à época.

Meire Araújo à direita e Clécia, filha da atriz Mirinha (in memorian)

“Fazer parte do Dandhara foi uma experiência transformadora. O teatro me abriu portas e me levou a aprofundar meus estudos na arte cênica”, relata Meire, que chegou a estudar e fazer arte cênica na UFBA.

Nilton, outro ex-integrante, destaca como o teatro o ajudou a vencer a timidez. “O Dandhara foi uma terapia para mim. Participei da peça ‘Paixão de Cristo’, onde interpretei um papel marcante. No dia da apresentação, muitas pessoas se emocionaram e choraram”, lembra.

A história do Teatro Dandhara também foi marcada por grandes amizades, como a de Gelly Santana e Mirinha (in memorian), que se tornou uma mãe para muitos dos integrantes. “Ela foi uma das pessoas que me apoiou no início e é muito difícil falar dela sem me emocionar”, conta Gelly. A filha de Mirinha, Clécia também participou do documentário e contou as suas vivências de infância ao ver a sua mãe, uma grande atriz à época encantar com seus personagens.

Paulinho, outro membro do grupo, reforça a importância do teatro para a cidade. “O Dandhara me ensinou muito e me proporcionou amizades inesquecíveis. Hoje, sou motorista de ônibus, mas levo comigo tudo o que aprendi no teatro. Não podemos deixar a cultura sucumbir”, alerta.

Sandro Carneiro, servidor público, também reforça a magnitude de Azaza e do grupo. “O teatro nos ensina valores como respeito, cumplicidade e amizade. Cultura não se faz sozinho, mas em grupo”, destaca.

O documentário, idealizado por Gabriela Araújo e dirigido por Dragão Marinho, tem como objetivo resgatar a história do Teatro Dandhara e reafirmar a importância da arte para a comunidade. “O teatro proporciona lazer, entretenimento e reflexão. Além disso, melhora a qualidade de vida das pessoas, desenvolvendo habilidades cognitivas, emocionais e sociais”, afirma Gabriela, filha de Meire Araújo.

Gabriela Araújo à esquerda, filha de Meire Araújo

Azaza, emocionado, agradeceu pelo resgate da história do grupo e relembrou a importância do Dandhara para Simões Filho. “Foram mais de 200 pessoas que passaram pelo grupo. Nunca tivemos confusões ou problemas, apenas amor pela arte. Eu fui muito feliz por ter feito parte desse projeto que impactou tantas vidas”, finalizou.

O documentário sobre o Teatro Dandhara é mais do que um registro histórico; é um convite para que a Cultura continue viva em Simões Filho, inspirando novas gerações a subirem ao palco e compartilharem suas histórias com o mundo.

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