Na tarde de sexta-feira (19), o bairro do Jardim Santo Inácio, em Salvador, foi palco de mais um trágico episódio de violência. Thauan Lima Santos, de 24 anos, estudante do segundo período de Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi morto a tiros enquanto conversava com amigos em uma praça local. O jovem, que sonhava em se tornar professor e transformar a vida de crianças e adolescentes da periferia, teve sua trajetória interrompida de forma brutal.

Testemunhas relataram que os criminosos chegaram em um carro, atiraram contra Thauan e fugiram rapidamente. Até o momento, ninguém foi preso ou identificado, e as motivações do crime ainda são desconhecidas. Familiares do estudante afirmam que ele não tinha qualquer envolvimento com atividades criminosas e acreditam que possa ter sido vítima de uma confusão.
Thauan era mais do que um universitário dedicado – ele trabalhava como barbeiro e usava seu tempo livre para realizar trabalhos voluntários com crianças e jovens da comunidade. “Era um menino esforçado, que fazia UFBA, sonhava em ser professor e tirar os meninos da periferia desse mundo de criminalidade. Fazia trabalho voluntário direto com a molecada no Dia das Crianças, Natal”, contou Fagner Oliveira, conhecido da família, em entrevista à TV Bahia.
A Polícia Civil informou que a 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central) está investigando o caso e realizando diligências para identificar os responsáveis. Enquanto isso, a dor e a revolta tomaram conta do Jardim Santo Inácio. Na manhã deste sábado (19), moradores bloquearam ruas e queimaram pneus em protesto contra a falta de segurança no bairro. A manifestação, encerrada por volta das 11h40, foi um grito por justiça e por políticas públicas que garantam a proteção de vidas.
Em resposta, a Polícia Militar afirmou ter reforçado o patrulhamento na região. A Secretaria de Mobilidade (Semob) também tomou medidas preventivas, transferindo provisoriamente o ponto final dos ônibus para a Estação Pirajá devido à tensão no local.
A morte de Thauan não é apenas mais um número na estatística da violência em Salvador. Ela representa a perda de um jovem cheio de sonhos, que acreditava na educação como ferramenta de transformação social. Sua ausência deixa um vazio na família, na universidade e em toda a comunidade que o via como um exemplo de resistência e esperança. Agora, resta o clamor por respostas e a certeza de que sua luta não será esquecida.