O ex-jogador Edilson Silva Ferreira, preso nesta terça-feira (15) por não pagar pensão alimentícia, tem outro problema na justiça com cifras milionárias. Capetinha teve bens bloqueados a pedido do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em função de dívidas trabalhistas. O valor é estimado entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões, segundo o TRT.
O diretor da Coordenadoria de Execução do Tribunal, Rogério Fagundes, explica que penhora foi de alguns imóveis para garantir o pagamento de ações judiciais. “Há entre 20 e 30 processos que ele está envolvido, relacionados a dívidas trabalhistas de grupos de pagode e casas de show que ele já teve. Esses bens foram bloqueados por garantia processual. Identificou-se que ele passava bens para outros familiares para evitar a penhora”, explica Rogério que na noite de terça-feira (15) fez a notificação do ex-jogador sobre o processo na carceragem da Polinter, no Complexo dos Barris, em Salvador.
Os processos, segundo o TRT, estão em andamento desde 2011. “Ele foi notificado para comparecer à audiência no dia 14 de setembro que tratará sobre esses casos. É uma oportunidade que ele terá de se defender e apresentar seus argumentos. Há outros sócios envolvidos e isso precisa ser esclarecido”, destaca Fagundes.
Não há nenhum advogado representando o ex-atleta nesse caso trabalhista.
Pensão
O ex-jogador, que já defendeu a dupla Ba-Vi e foi campeão mundial com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002, continua preso na sede da Polinter, desde a noite de terça-feira (15). O advogado de Edilson no caso da pensão alimentícia, Eduardo Lima, explicou ao CORREIO que precisa ajustar com a família do ex-jogador como irá proceder com o pagamento da fiança, que é de aproximadamente R$ 20 mil. “A família está com dificuldades de levantar os valores. Estamos vendo como proceder ainda”, esclarece. O valor do débito atual não foi divulgado.
O mandado de prisão de Edilson foi expedido pela 2ª Vara da Família de Brasília (DF) por conta do não pagamento da pensão alimentícia para um filho do ex-atleta. Edilson já foi preso pelo mesmo motivo em outras duas ocasiões.
Capetinha já foi preso em 2016 em Brasília por conta de uma dívida de pensão alimentícia que chegava a R$ 430 mil. Em 2014, o ex-jogador também foi preso em cumprimento de dois mandados expedidos pela Justiça do Distrito Federal. Na época, a prisão foi feita enquanto Edilson passava pela Avenida Garibaldi, em Salvador, e levado também para a sede da Polinter.
O ex-jogador também foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em pagamentos de prêmios das loterias da Caixa Econômica Federal. Ele chegou a ser conduzido coercitivamente, mas não ficou preso. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na casa dele.
Segundo a PF, Capetinha era suspeito de utilizar sua conta bancária para movimentar valores referentes a um esquema que, segundo estimativa dos investigadores, teria desviado aproximadamente R$ 60 milhões em pouco mais de um ano.