O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou nesta quarta-feira, 13, que não permitirá mais festas paredão no estado. Segundo o chefe do Executivo baiano, para a realização de festas nas ruas será necessária autorização das prefeituras e comunicação prévia à Polícia Militar.
“Não vamos permitir mais nenhuma festa de paredão na Bahia. Para festas serem realizadas fechando ruas, as prefeituras precisarão autorizar e comunicar à Polícia Militar previamente. Caso não haja autorização prévia, a PM deverá apreender os equipamentos sonoros”, escreveu o governador no Twitter.
A decisão foi anunciada depois da morte de seis pessoas em uma festa paredão, realizada no bairro do Uruguai, em Salvador, entre a noite da última terça-feira, 12, e a madrugada desta quarta. Outras 18 pessoas ficaram feridas. Dois suspeitos foram presos.
Segundo a Polícia Civil, um grupo armado chegou ao local onde acontecia a festa e efetuou vários disparos. Testemunhas relataram que vários adolescentes com idade entre 14 e 16 anos participavam do evento.
O governador também anunciou que quadruplicará os valores das premiações por desempenho policial, como para a apreensão de armas. Um decreto será publicado na sexta-feira, 15.
Em entrevista à imprensa nesta quarta, Rui atribuiu a violência à piora das condições sociais no país. “Sabemos da dificuldade que o Brasil atravessa. E como sempre acontece, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, que todas as vezes que se degradam as condições sociais, de sobrevivência, vem no rastro dessa piora o aumento dos indicadores da violência”, avaliou.
O governador também voltou a relacionar o aumento do crime com decisões do governo federal de flexibilizar o acesso às armas. “Numa condição histórica, em qualquer período da história recente do Brasil, com a facilidade enorme no acesso a armamentos, que independente da condição pelo volume que está liberado, essas armas de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde, cairão nas mãos de criminosos“, comentou.
A escalada da violência na Bahia tem pressionado o governador nas últimas semanas, com episódios em série como invasões de criminosos a residências e moradores feito reféns. Lideranças da oposição têm feito reiteradas críticas ao trabalho do governo no setor. “Nesse feriado, vimos o Porto da Barra, o bairro do Uruguai e cidades do interior serem palco de cenas lamentáveis de violência que não param de se repetir. Nosso estado precisa de um governo que chame para si a responsabilidade e tenha compromisso com o futuro dos baianos”, afirmou o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, pré-candidato ao governo.
O chefe do Executivo estadual já havia decretado guerra aos paredões desde 2020, mas na época em um contexto de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Em agosto do ano passado, Rui informou que festas do tipo passariam a ser enquadradas como crime contra a saúde pública.