No início da tarde desta segunda-feira (29), o secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, afirmou que a ação que resultou na morte do PM Wesley Soares, que teria tido um “surto psicótico” e realizado disparos no Farol da Barra no último domingo (28), teve àquele desfecho porque “não houve alternativa”.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, da RecordTV Bahia, o secretário afirmou que “não houve alternativa, aos policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), que seguiram o protocolo adotado por batalhões de diversos países”.
“Não houve alternativa dentro dos protocolos internacionais utilizados por todas as polícias de todos os países. A polícia teve que atirar, não teve jeito. Foi negociado com ele até a exaustão. Ele queria fazer um ato político, é evidente que ele queria. Nós vamos investigar. A gente lamenta por ele, pela família e pelos PMs que choraram emocionados por terem de abatê-lo naquele momento”, disse o secretário.
Mandarino rebateu as críticas que surgiram na internet contra os policiais que participaram da operação, alegando que Wesley não teria atirado contra os colegas e foi baleado involuntariamente.
“A análise que eu faço é que assistam ao vídeo e vai ter a percepção perfeita do que aconteceu. Foram 3 horas de negociação sem resultado. A boa vontade e empenho que a polícia teve, disponibilizando uma equipe do GRAER para trazer familiares dele para Salvador…, mas que ao chegarem no aeroporto aconteceu a tragédia. Foi feito tudo que foi possível para evitar o ocorrido. Ele estava com um fuzil, cuja bala tem capacidade de atingir uma pessoa a 600 metros”, explicou.
O secretário também fez críticas às mensagens compartilhadas pela deputada federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis, além de sair em defesa do governador Rui Costa, que sofreu acusações de ser “genocida”, e da honra do policial morto.
“Todos nós estamos tristes. O que a deputada fez foi um tremendo mau-caratismo. Ela nunca derramou lágrimas pelas 300 mil mortes pela pandemia e quer politizar um caso como esse. Eu acho que ele [Wesley] apontou para os policiais. Os motivos pelos quais ele fez isso nós não temos. Ele é um policial do bem, nunca foi punido, a história dele é boa. Mas nós vamos investigar para a gente evitar que outros policiais façam isso também. Nunca vi uma operação tão bem feita como essa, mas infelizmente terminou numa tragédia, a intenção não era essa”, concluiu.