A Prefeitura de Salvador, por meio das Secretarias da Reparação (Semur) e de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), intensificou as ações de combate à discriminação racial, violência contra mulheres e agressões à comunidade LGBT+ durante o Carnaval. Para reforçar essa estratégia, foi montado um observatório responsável por mapear e registrar ocorrências desses tipos de violações ao longo da festa.

De acordo com a titular da Semur, Isaura Genoveva, agentes foram distribuídos pelos circuitos para orientar os foliões sobre como realizar denúncias, que podem ser feitas pelo WhatsApp (71) 98791-3420. Além disso, uma equipe de observadores capacitados atua de forma proativa na coleta de dados e encaminhamento das denúncias às autoridades competentes.
Isaura ressaltou a relevância da iniciativa: “O Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra Mulheres está chegando à sua 18ª edição e tem um foco específico em acompanhar as violações de direitos a esses públicos estratégicos. Então, estamos aqui agora com a equipe técnica de 90 observadores capacitados, distribuídos em todos os eixos do Carnaval, para a coleta de dados e encaminhamento para os responsáveis”, explicou.
Somente na sexta-feira (28), primeiro dia de operação do Observatório, foram registrados 440 casos. “Já temos um diálogo com o Ministério Público, Defensoria Pública e Secretaria de Segurança Pública. A equipe foi colocada a partir das 13 horas, acompanhando até 2h da manhã. Dividimos entre os eixos de vulnerabilidade social, discriminação racial, LGBTfobia e violência contra a mulher”, acrescentou a secretária.
A titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo, também destacou a importância do trabalho no enfrentamento à violência contra mulheres no Carnaval. “A abordagem relacionada ao Observatório, no caso da violência contra a mulher, agrega um projeto posterior ao próprio lançamento, mas é importante destacar que essa junção foi muito necessária, pois estamos trabalhando com grupos mais vulnerabilizados e expostos à violência durante o Carnaval”, afirmou.
Ela acrescentou que, dentro da perspectiva das mulheres, “já observamos 80 situações que serão devidamente apuradas como possíveis violências ocorridas. Através desses dados, é feito um relatório conjunto, no qual posteriormente construímos políticas públicas de prevenção a essas ocorrências no Carnaval. O Observatório tem o papel fundamental de proteção a essas minorias, trazendo um olhar sensível para a maior festa popular do mundo”, completou Fernanda.
A iniciativa tem sido bem recebida pelos foliões. O administrador Flaviano Meireles, de 55 anos, elogiou o trabalho realizado: “Acredito que o trabalho realizado pelo observatório é fundamental, sobretudo para a realização do Carnaval, onde, lamentavelmente, muitos casos são vistos a qualquer hora do dia. A Prefeitura está de parabéns por implementar meios para coibir esses episódios”, disse.