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Sentença contra guru por estupro gera protestos que deixam 13 mortos na Índia

Um tribunal da Índia decidiu nesta sexta-feira (25) que o guru de uma seita, Ram Rahim Singh, era culpado pelo estupro de duas mulheres, suas seguidoras. O veredicto, porém, gerou protestos violentos em uma cidade do norte do país, Panchkula, que deixaram 13 mortos e ainda provocaram incêndios em construções locais, segundo a polícia e um médico.

A polícia usou jatos d’água para tentar dispersar as pessoas. Mais de 15 mil tropas paramilitares e agentes de polícia, alguns a cavalo, foram enviados à cidade. A violência já resultou em pelo menos 12 mortes e em mais de 100 feridos, segundo o médico V.K. Bansal, diretor do Hospital Civil de Panchkula.

Os manifestantes atearam fogo a prédios do governo e atacaram policiais e jornalistas de televisão, destruindo os vidros de vans da imprensa e quebrando equipamento de transmissão.

Um toque de recolher foi imposto em pelo menos quatro distritos do Punjab, disse Amrinder Singh, uma autoridade estadual.

O tribunal especial anunciou o veredicto de culpado após ouvir os argumentos finais, no caso contra o guru que se arrastava havia 15 anos. O guru se autointitula Santo Dr. Gurmeet Ram Rahim Singh Ji Insaan.

Ram Rahim Singh, que negou a culpa por dois estupros em 2002, foi detido e estava recolhido em uma cidade próxima, em Rohtak, no Estado de Haryana, até a audiência no dia 28 em que ele será sentenciado, segundo o promotor H.P.S. Verma.

Administradores de Panchkula temiam que um veredicto culpado pudesse gerar violência entre dezenas de milhares de seguidores do guru que estavam acampados à espera do resultado do julgamento.

Também houve episódios de violência em Estados vizinhos, em Haryana e no Punjab, disse a polícia. Estações ferroviárias nas cidades de Malout e Balluana estavam em chamas e dois vagões de um trem vazio parado na estação Anand Vihar, em Nova Délhi, também foram incendiados.

Multidões também atacaram a polícia na cidade de Sirsa.

A seita do guru é a Dera Sacha Sauda, que diz ter cerca de 50 milhões de seguidores e defende o vegetarianismo e é contra qualquer vício em drogas. Ela também se envolve em questões sociais, como a organização de casamentos para os casais mais pobres. Esse tipo de seita tem grande apelo popular na Índia e não é incomum que líderes delas tenham pequenas milícias privadas, fortemente armadas, para sua proteção. Quando o guru deixou sua comunidade em Sirsa no início da manhã para a audiência, foi acompanhado por um comboio de 100 veículos. Fonte: Associated Press.


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