Marcos Castelli | Rede Imprensa
O caso de feminicídio registrado em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), no último sábado, 25/01, chocou a população e deixa uma alerta sobre a vital importância das mulheres buscarem ajuda aos órgãos que compõem a rede de enfrentamento à violência. O número de casos de feminicídio na Bahia cresceu 17% no primeiro semestre de 2019 e de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, no ano passado, na RMS, ocorreu um feminicídio.
A Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPM), pasta que tem como Titular, Andrea Almeida, repudia o feminicídio, como toda forma de violência contra a mulher. Em nota de repúdio, neste domingo, (26), a SPM incentiva as mulheres a quebrar o silêncio e denunciar, seja, através, do disque 180, como também aos órgãos de proteção à violência. “Procure ajuda, não podemos permitir que crimes sejam cometidos e vidas sejam ceifadas”, enfatiza.
Com casos de feminicídio e violência contra a mulher cada vez mais expressivos nas estatísticas de todo o país, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), é um equipamento que possui serviços disponíveis para as mulheres pedirem ajuda.
Diante disto, a reportagem visitou o Cram e entrevistou a secretária Andrea Almeida que orienta as mulheres que se sentirem ameaçadas, procurarem a Delegacia e o órgão encaminhará ao Cram, assim como também os demais órgãos de proteção, como a Defensoria Pública, a PM e o Ministério Público que são portas de entradas para que essas mulheres sejam direcionadas para o Cram.

“Mesmo que a mulher de forma espontânea não vier diretamente para o Cram, ao passar por essa rede de enfrentamento, elas serão direcionadas ao Cram, para ter orientação e acompanhamento”, explica a secretária.
Qual o papel do Cram?
O Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) presta orientação, acolhimento e acompanhamento psicológico, social e jurídico, às mulheres em situação de violência, no sentido de fortalecer a autoestima e possibilitar que essas mulheres se tornem protagonistas dos próprios direitos e trabalha em parceria com os órgãos de proteção para atender à mulher em situação de violência – seja moral, verbal, patrimonial, física ou sexual.
Como pedir ajuda ?
No Cram, as mulheres podem vir encaminhadas pela Delegacia, ou de forma espontânea, como também por outros órgãos de proteção como: Polícia Militar, Defensoria Pública, Ministério Público e Fórum, através das medidas protetivas que são expedidas pela advogada.
“A mulher que se sentir ameaçada deve procurar o CRAM e/ou a rede de proteção à violência (Delegacia, Ministério Público, PM, Defensoria Pública), em primeiro lugar a Delegacia porque através do B.O é que nós vamos dar prosseguimento nos processos que são necessários”, orienta Andrea Almeida.
Neste sentido, a pasta destaca que o trabalho tem como uma das prioridades mostrar à mulher que ela não está sozinha. “As mulheres são acolhidas aqui no Cram, através de uma equipe multidisciplinar composta por uma assistente social, uma psicóloga e uma advogada e são orientadas, encaminhadas, tendo também uma assistência jurídica que acompanha em relação à questão da violência e tem todo apoio por meio da equipe que faz um trabalho de acolhimento direcionado aos órgãos que fazem parte da rede de enfrentamento à violência contra a mulher”, destaca a Titular da SPM.
Em Simões Filho, a SPM realiza ações de prevenção como palestras em escolas, indústrias, oficinas, fóruns, entre outras. “Quero reforçar o pedido e dizer para as mulheres nos procurarem e aqui no Cram elas serão orientadas e encaminhadas, além disso, juntas, lutaremos pelo fim da violência contra a mulher e o feminicídio”, acrescenta Andrea.
Inaugurado em 28 de maio de 2019, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), Nilda Fiúza, é um equipamento que acolhe e orienta mulheres em situação de violência. O espaço possui recepção, salas de administração, psicologia, advocacia, assistência social e reunião, brinquedoteca, área de convívio, banheiros adaptados e ronda Maria da Penha.