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Secretário comenta aumento de casos de Covid-19 e pede para população evitar festas de fim de ano

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, comentou o aumento de casos de coronavírus no interior e na capital, além do temor por uma segunda onda da doença. Em entrevista a Mário Kertész hoje (23), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele afirmou que houve um aumento na demanda por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes sem a Covid-19.

“Passamos a ter um volume bastante próximo do que era antes de acidentes de trânsito, tanto de carro como de moto. As cirurgias voltaram a acontecer, consequentemente há a necessidade de leitos puros de UTI. Estamos convivendo ainda com um número elevado de pacientes internados com Covid. Além disso, todos os casos de suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave, que é o paciente que tem uma infecção respiratória que precisa de uma observação, inicialmente é feita a suspeita do Covid. Se ele precisa internar na UTI, é internado e o resultado sai em, no máximo 48 horas”, disse o secretário.

“O problema é que antes a gente tinha como tirar esse paciente sem nenhum problema para outro lugar quando ele não era Covid. Confirmava que não era, levava ele a uma UTI não-Covid. Hoje as UTIs não-Covid estão cheias. Aí eu fico com a UTI Covid cheia de pacientes que não têm Covid, porque as causas de necessidade de UTI, que estavam suprimidas no começo do ano, estamos enfrentando agora esse fenômeno de convívio das duas razões de se internar em UTI. Razão pela qual nós temos uma taxa de ocupação elevada, mas não necessariamente por pacientes Covid”, acrescentou.

Ainda segundo Vilas-Boas, os números não evidenciam uma segunda onda de coronavírus no estado, já que os dados não apontam que houve um registro negativo da Covid-19. “Por definição, a segunda onda deveria ter uma curva de ascensão. O que estamos vendo é um platô, uma manutenção no número de casos e começando a apresentar uma discreta elevação. Estamos falando de taxas de crescimento de 0,3 a 0,6% por dia. No pico da pandemia, tínhamos taxas de crescimento na ordem de 20% por dia. Está havendo o crescimento, está sim. Ele nunca deixou de existir e sempre foi positivo. A taxa de crescimento na Bahia nunca foi negativa. Agora estamos começando a sair de 0,3% e 0,6% para 1,2% nos últimos dias. Ainda não é igual ao que acontece em São Paulo, mas eu não tenho nenhuma razão para poder apostar que não seremos iguais ao que está acontecendo. Temos que torcer pelo melhor, mas se preparar para o pior”, afirmou o gestor.

Para Fábio Vilas-Boas, não é possível imaginar que o estado fará um lockdown nos moldes do que aconteceu na Europa. Ele reforçou o pedido para evitar que a população promova aglomerações neste fim de ano. “Nunca fomos capazes de fazer o tipo de restrição que a Europa fez. Espanha, Inglaterra e todos os países europeus, quando fizeram, foi um lockdown mesmo. Com exército na rua, quem sair será preso. Aqui nunca conseguimos fazer isso. Conseguimos fazer um grau de restrição grande, voluntário, ao lado da população e com apoio da mídia, fazendo com que as pessoas ficassem em casa. Mas essa fadiga mental é evidente. Temos que encontrar nesse momento uma forma de se conectar e dialogar com a sociedade para explicar a ela de que forma ela pode contribuir”, pontuou.

O secretário ainda pediu que eventos de finais de ano, como Natal e Réveillon, fossem comemorados de forma virtual. “Nesse ano precisamos conversar com a sociedade para que estes eventos não aconteçam. A gente tem que conversar sobre o Natal virtual e reencontro com amigos de forma virtual. Reunir famílias, seja no Natal ou como fazem agora nos EUA o Dia de Ações de Graças, é claramente um evento que vão fazer com que as pessoas se contaminem. Seja porque elas estão ali dentro juntas num ambiente fechado, seja como muitos vão se deslocar de carro ou avião”, declarou Fábio Vilas-Boas.


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